segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ISOFLAVONA DE SOJA


Olá pessoal, vamos falar sobre a Isoflavona de soja, um complemento para saúde da mulher, leia esse artigo e descubra os seus benefícios.

Isoflavonas são compostos orgânicos naturais (metabólitos secundários) de origem vegetal pouco distribuídos na natureza, presentes principalmente na família Fabaceae, sendo abundantes na soja (Glycine max Merr.) e em seus derivados. Estes compostos apresentam efeito estrogênico por apresentarem semelhança estrutural com os hormônios estrogênicos, encontrados em maior concentração nas mulheres. Estruturalmente podem ser consideradas como derivadas da 3-fenilcromana. 

As isoflavonas, substâncias presentes na soja, pertencem à família dos polifenóis, os quais possuem importantes atividades biológicas tais como: atividade antioxidante, como é o caso dos isoflavonóides, que apresentam estrutura semelhante ao estrógeno humano e sintético, atividade antifúngica, propriedades estrogênicas e atividade anticancerígena. 

A concentração de isoflavonas na soja e seus derivados pode variar muito, pois depende da variedade do grão, solo, clima, local onde foi cultivada e principalmente o tipo de processamento utilizado no preparo do alimento . 

Absorção e Metabolismo: 
As isoflavonas quando consumidas, são hidrolisadas no intestino delgado por beta-glicosidases intestinais, as quais liberam as agliconas biologicamente ativas. Estas são absorvidas ou fermentadas pela microflora intestinal, dando origem a seus metabólitos (daidzeína, genisteína e gliciteína). As isoflavonas absorvidas são então transportadas para o fígado, onde são removidas da circulação sanguínea, retornando ao intestino pela via biliar, podendo ser excretada pelas fezes. Porém, uma porcentagem consegue escapar e entrar na circulação periférica, alcançando os tecidos, sendo eliminadas pelos rins, de maneira similar aos estrógenos endógenos. 

Mecanismo de Ação:
As isoflavonas da soja podem agir de três formas: 
· Ligam-se aos receptores de estrógeno, exercendo ação estrogênica ou antiestrogênica, dependendo do nível de hormônios sexuais. Estudos mostram que este efeito estrogênico apesar de fraco, pode exercer efeito agonístico e antagonístico sobre os estrogênios endógenos, porque competem pelos mesmos receptores. As isoflavonas têm portanto, efeito benéfico durante toda a vida reprodutiva da mulher e durante o climatério. 

· A atuação de fitoesteróis genisteína e daidzeína, sobre os receptores ß-estrogênicos presentes no fígado, têm como conseqüência uma melhora do perfil lipídico, justificada por um incremento do número de receptores hepáticos de colesterol LDL, o que favorece o catabolismo de colesterol. 

· Inibem a atividade de enzimas como a tiroxina proteína quinase, responsável pela indução tumoral promovida pela fosforilação dos oncogenes ente outras que controlam o crescimento e a regulação celular; e também aumentam a concentração do fator de crescimento tumoral (TGF), que atua na inibição do crescimento de células cancerosas . 

· Inibem a produção de oxigênio reativo, que está envolvido na formação de radicais livres, mostrando o efeito antioxidante das isoflavonas. Estudos mostram que como antioxidantes, têm a capacidade de neutralizar ou tornar mais lenta a taxa de oxidação do LDL – colesterol. A genisteína inibe também a agregação plaquetária e a migração e proliferação de células da musculatura lisa . 

Muitos estudos apontam para conclusões que têm sido unânimes: as isoflavonas diminuem os níveis de colesterol total, diminuem a fração LDL a aumentam a fração HDL no sangue. São os efeitos esperados de uma droga ou nutriente para o tratamento das dislipidemias, especialmente nos indivíduos com história familiar 

Menopausa: 
Os sintomas característicos da menopausa incluem ondas de calor, insônia, transpiração forte, dor de cabeça, mudança de humor, nervosismo, irritabilidade, depressão e dor vaginal, entre outros. Somente um terço das mulheres asiáticas apresentam este quadro devido ao alto consumo de produtos de soja. Pesquisadores da Califórnia acabam de publicar um trabalho, no qual mostraram que a ingestão de 25g de soja por dia, contendo 107mg de isoflavonas tem resultados benéficos sobre o tônus vasomotor, independentes de ações antioxidantes e de diminuição de lípides plasmáticos. O estudo foi realizado com 28 mulheres pós-menopausadas saudáveis com índice de massa corpórea (IMC) < 30 e que não usaram terapia de reposição hormonal nos últimos seis meses. Os autores puderam concluir que o suplemento fornecido auxiliou na manutenção de reatividade vascular em mulheres após a menopausa. 

Estudos mostram que a ingestão diária de 45mg de isoflavonas modifica as características do ciclo menstrual, prolongando sua duração. Os estudos lembram que os ciclos longos estão relacionados a um baixo risco para câncer de mama e esse efeito não ocorre quando se ingere alimento a base de soja sem isoflavonas. Brzezinski e Cols, realizaram um estudo com 145 mulheres pós-menopausadas, recebendo dieta rica em fitoestrógenos (mais de 60mg isoflavonas/dia), mostrando redução dos sintomas da menopausa em 50%, dos fogachos em 54% e da secura vaginal em 60%. 

Em outros dois estudos com mulheres na menopausa, os resultados foram positivos havendo alívio dos sintomas vasomotores, diminuição da incidência e severidade das ondas de calor. Na Espanha um estudo multicêntrico, com 190 mulheres menopausadas, também observou uma diminuição significativa dos sintomas, principalmente em relação as ondas de calor. 


Osteoporose: 
Osteoporose vem do latim e significa “osso poroso”. É uma doença esquelética sistêmica caracterizada pela redução de massa óssea e deterioração do tecido ósseo, levando à sua conseqüente fragilidade e maior susceptibilidade a fraturas . 

É uma doença de caráter multifatorial: hereditariedade, atividade física, estado hormonal, tabagismo, uso de medicamentos, consumo de álccol e fatores nutricionais são determinantes para o seu desenvolvimento. 

A doença atinge principalmente as mulheres devido à cessação da função ovariana e perda de efeito protetor do estrogênio . Cerca de 30% das mulheres e 16% dos homens acima de 50 anos apresentam fraturas osteoporóticas. A perda de massa óssea esperada durante a menopausa é de 15%. 

Alguns estudos experimentais sugerem que a isoflavona pode contribuir para a saúde óssea devido à sua semelhança química com a ipriflavona, substância que mostrou aumentar a massa óssea em mulheres na menopausa. 


Câncer: 
Estudos “in vitro” demonstram que a genisteína inibe o crescimento de uma ampla variedade de células neoplásicas, incluindo células de mama, células de cólon e células da pele, além de inibir a atividade metastática de células de câncer de próstata. 

Algumas isoflavonas, com genisteína (forma aglicona) têm grande poder de controle de células cancerosas. Genisteína também inibiu o crescimento de células tumorais da próstata humana quando comparada à sua forma glicolisada. 


Diabetes: 
A soja também tem demonstrado exercer papel protetor no controle das alterações metabólicas do diabetes. A fibra alimentar dos grãos da soja tem reduzido os níveis plasmáticos de glicose em indivíduos diabéticos tipo II. 

Além da eficácia da fibra da soja na manutenção dos níveis plasmáticos de glicose em diabéticos, a adição dessa fibra parece diminuir o aumento das taxas de glucagon pós-prandial e polipeptídeos pancreáticos, enquanto aumenta os níveis de somatostatina. 

As proteínas da soja ao atingirem os rins aumentam a formação de óxido nítrico nas células endoteliais da arteríola eferente, ocorrendo vaso-dilatação local, com queda na pressão intra-glomerular e menor lesão das estruturas de filtração.

Até breve.

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